The Riverside

sábado, 1 de março de 2008

Receita para uma banda de Hard Rock

Ano: 1989

Nessa época a moda era ter uma banda de hard rock e a coisa fervia: Van Halen, Bon Jovi, Guns’n Roses, Skid Row e muitas outras dominavam as rádios.

O visual era quase sempre o mesmo. Uma boa banda deveria ter:

- Laquê nos cabelos longos: Sim, todos eram bem loiros, cabelos esvoaçados com muito, muito, muito laquê. Nada de cabelos lisos ou curtos. Tinha de ser armado, loiro e despenteados de forma organizada, entende?

- Ombreiras nos blazers: Todo cantor de hard rock tinha de ser gostosão. Como ganharia a mulherada se não fosse assim? Então, se não aparecesse sem camisas, teria de colocar algo sobre o peito. E lá iam os blazers e suas terríveis ombreiras. Os cantores mais velhos não tinham o porte físico dos mais novos e abusavam do artifício.

- Guitarras: O instrumento sempre foi fundamental na história do rock, mas o hard rock precisava de mais que isso. Toda banda tinha dois guitarristas. O primeiro segurava a base (normalmente o mais feio ou o menos técnico) enquanto o outro usava sua guitarra de forma alucinada. A guitarra, além de produzir o som pesado, com muitos pedais de efeito, tinha de ser como uma espada para atingir o público. E ela virava de tudo no palco, até simulação de sexo com o instrumento valia.

- Baterias com correntes: Nada de pedestais, esses só serviam para o vocalista se exibir mesmo. O negócio era uma estrutura metálica que segurava os pratos na altura desejada. E o baterista deveria ter cara de mau. Tinha de ser como aqueles caras que se aparecessem na casa de uma menina, seria expulso pelo pai da moçoila. Afinal, pra ficar socando um monte de caixas e tons à sua frente com um pedaço de pau na mão, só sendo muito macho. Ninguém pega dois paus à toa, não é mesmo?

- Fumaças e ruas escuras: Todo vídeo de hard rock precisava de fumaça. E se você colocasse em ruas com postes apagados, à noite, melhor. Nada de praia, nada de campo, tinha de ser rua mesmo, de noite. Ah, claro, colocava-se uma chuva no meio e um carro correndo que a coisa ficava melhor ainda.

- Mulheres gostosas se insinuando: O vocalista tinha de ser o gostosão, lembra? E para provar que o cara era o bom, nada melhor do que uma gostosona fazendo pose de vendida para o cantor. Caras e bocas dos dois sempre seria bem vindos. Estava armada a cena toda para alucinar os homens que não queriam ver o vocalista gostosão. Ponto para as peladas e para os peludos.

Quer um exemplo claro? Bem, como não sei exatamente qual a faixa etária dos leitores do Riverside, botarei um vídeo da época. Trata-se de uma música do Whitesnake, com o Steve Vai na guitarra. A música é legal pacas, tem até uma participação especial do Glen Hughes nos vocais (lembrando que o Coverdale e o Hughes já dividiram os vocais no Deep Purple nos anos 70).

O vídeo tem todos os pontos descritos acima, com o Steve Vai comendo a guitarra, mas sem sua “masturbação” no instrumento como ele costuma fazer na carreira solo. Acho que foi a melhor fase do guitarrista esta com o Whitesnake.

Só faltou um detalhe no vídeo: a parte da mulher gostosa. Poxa, Coverdale, decepcionou os peludos agora.

Quem achar o detalhe mais anos 80 do vídeo ganha um pastel e um caldo de cana totalmente pago pelo Riverside na feira aqui perto de casa. Vão procurando enquanto vou encomendar o prêmio com o japonês.

Com vocês, Whitesnake, Fool for Your Loving.



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posted by Edson Bezerra at 10:44

3 Comments:

eu nao vivi essa epoca, entao nao posso confirmar o q vc diz.
mas, de certa forma os fatos nao me deixam mentir.
vc está certo. e isso, infelizmente é, .... bizarro!!!
ahahaha

2 de março de 2008 às 15:26  

Não é bizarro, Nathalia. É bom pra caramba! Isso é hard rock, apenas.

2 de março de 2008 às 16:29  

Fidelíssima a descrição das boas e velhas bandas de Hard Rock... voltei no tempo lendo o texto. Enquanto isso, eu lá no blog ensinando o cara a ser Rapper... pode um negócio desses? hahaha...

Vlw!

6 de março de 2008 às 00:50  

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