The Riverside

sábado, 10 de maio de 2008

Whitesnake - São Paulo - 09 de maio de 2008


Now these are the best years
truly the best years of my life

Como numa confissão, assim iniciavam-se duas horas de shows dos ingleses do Whitesnake no Credicardhall, em São Paulo.

Talvez os fãs da banda não acreditem tanto assim no que diz David Coverdale no refrão da música Best Years, mas que ainda existe uma grande troca de energia da banda com o público ninguém pode negar.

Acompanhado de Doug Aldrich (guitarra), Reb Beach (guitarra), Uriah Duffy (baixo), Timothy Drury (teclados) e Chris Frazier (bateria), o vocalista e líder supremo da banda levou o público a balançar as madeixas ao som dos vários de seus clássicos, mesclados com músicas do álbum Good To Be Bad, lançado no início desse ano.

Se o álbum não é o melhor disco da banda, o fato é superado por ter músicas que se encaixam muito bem ao vivo. Embasado por uma banda competente, mas que mostra suas fragilidades quando ouvimos os antigos clássicos.

Talvez a comparação seja injusta, já que ao lado de Coverdale já tocaram vários músicos consagrados, como Steve Vai, Ian Pace, Cozy Powell e Jon Lord. Mas é no mínimo frustrante para um fã ouvir Fool for your Loving e perceber que o feeling de Steve Vai não está mais lá, só para citar um pequeno exemplo.

Mas o que eu notava no público em geral era a satisfação de poder ver novamente o Whitesnake, em sua quarta turnê brasileira. Para muitos ali era um local de reencontro e as comparações eram inevitáveis. Sempre haviam comentários no estilo “eu sou fã de verdade” seguidos aos acordes dos clássicos. “Essa o povo não conhece” foi uma das frases mais usadas por um grupo de velhos fãs que estavam ao meu lado. Mas, bola pra frente, já que eu também era um deles, talvez o menos arrogante.

Alguns pontos falhos eu mudaria no setlist da banda, como a versão acústica de The Deeper the Love, quando no momento do vocalista soltar a voz (que, pasmem, continua potente como um míssil), saíram os versos quase que sussurrados, para a frustração minha e da minha esposa.

Is this Love poderia também muito bem ser substituída por qualquer outra música, já que no meu ponto de vista ela é a pior música do grupo. Mas, vá lá, “vamos brindar o público das novelas”, deve ter pensado o sexteto.

E as músicas foram saindo livres pelos PAs da casa quando, depois de um rápido intervalo que não deu nem tempo do público pedir mais, vieram Guilty Of Love, da própria banda e, logo em seguida, uma versão somente com o vocal de Soldier of Fortune, do Deep Purple e, ainda, um final arrasador com Burn. Procurei o Glenn Hugghes em algum canto do palco, mas infelizmente não estava. Ok, só o Coverdale já serviu.

Enfim, um show bem montado que, ao meu ver, deixou o público satisfeito e no aguardo da quinta visita da banda, já que aqui virou terra dos grupos em fase final de carreira ganharem dinheiro. Vide Scorpions.


foto: André Porto/UOL

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posted by Edson Bezerra at 13:28

1 Comments:

Show que deixa o público satisfeito? Nossa, que saudade disso...
Quanto aos velhinhos ganharem dinheiro, não seja tão cruel assim... como disse a Rita Lee, eles precisam levantar uma grana para pagarem seus geriatras! Além do mais, é melhor do que muita coisa da atualidade.

Valeu.

13 de maio de 2008 às 17:58  

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